domingo, 28 de julho de 2013

Pasta al pesto rústico de agrião

Tem sido um prato recorrente! :) a rapidez, a riqueza da cor, das texturas, dos sabores, ... a frescura deste prato fascina-me! :) 



Um pesto é o que um Homem quiser, e desta vez, quis eu qu'assim fosse:

- alhos
- azeite
- sal grosso
- amêndoas 
- um raminho de mangericão
- umas mão-cheias de agrião
- pimenta preta moída na hora
- queijo da ilha com uns dias aberto no frigo, o que lhe deu uma textura mais dura, ...

tudo para o almofariz, e toca d'esmagar, grosseiramente, para que o resultado final fuja do aspecto daquelas coisas que se compram em frasquinhos e parecem uma pasta... 

Ficou como na foto, rústico, grosseiro, cheio de sabores cores e texturas diferentes! :) 

domingo, 26 de maio de 2013

Arroz malandrinho de farinheira e espinafres

Jantar para 6, passa a 8, 10, 11... no problem! é uma receita que dá para esticar, e fica super saborosa de qualquer maneira. Mais, super rápida, e super simples.



Ingredientes:
Azeite
1 kg de arroz carolino
4 farinheiras
600g de espinafres (congelados)
vinho branco
sal
pimenta
manteiga

Fiz assim: 
Desfazer manualmente as farinheiras.
Fundo da panela (grande) com azeite, uma generosa porção. 
Metade do miolo das farinheiras no azeite, deixar ganhar cor.
Arroz para dentro, lume médio. Envolver, deixar fritar, envolver, deixar fritar...
Meia garrafa de vinho branco, fresco, para dentro da panela, deixar secar...
Juntar água a ferver (1 litro), pôr mais água a ferver, para ir juntando.
Mexer, até ficar quase sem água, juntar mais água, e repetir... até o arroz estar quase no ponto de risotto. 
Juntar o resto do miolo da farinheira, envolver e deixar humedecer, juntar os espinafres, envolver, rectificar textura com água (muito pouca de cada vez nesta altura do campeonato), adicionar a manteiga, rectificar de sal, adicionar pimenta, e...
Servir.

Foi servido numa cama de agriões porque... havia...
Ah! e por cima, e aos lados, um fio de redução de balsâmico deu outra côr à vista e outra alegria ao sabor.
Foi consensual! :) 


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Salmão fumado em casa com risotto

Jantares a um, oportunidade perfeita para testes mais, ... ousados. No dia anterior tinha havido Alheira de Caça à Braz, e muita animação à mesa, precisava de um momento zen... 

Também gosto de fazer experiências com vários comensais, mas há coisas que não me importo, antes prefiro, testar nas "noites para mim". E foi o caso deste Salmão. há muito que pensava em fumados caseiros, mesmo sem apetrechos especiais. Acabou por ser feito numa frigideira tipo wook, com tampa, e uma grelha em equilibrio "relativamente estável", presa entre a frigideira e a tampa.


A técnica é muito simples, cobri com duas folhas de alumínio o fundo da frigideira, chá gorreana, tomilho e alecrim, e açucar mascavado. O açucar, ao "queimar", acaba por queimar também "os verdes" e libertar-lhes o sabor. Grelha sobre a frigideira, e tampa para reter o fumo. Deixei menos de 10 minutos, talvez uns 6 minutos, ... confesso que aquilo faz um bocadinho de espécie, saber que se está a queimar tudo, que o salmão está ali a levar com aquele fumo, ... mas o resultado final é delicioso. Agora que perdi já o medo e a vergonha passarei a deixá-lo ficar uns 10 minutos.

Como me mantinha relutante em vários aspectos, acabei por selar o lombo dos dois lados, em frigideira muito quente, com azeite e sal, e servi com um risotto super simples, que o acompanhou na perfeição.

O resultado é delicioso! Tanto em termos de textura como de sabor, a repetir...

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Alheira de caça à brás

Alheira e brás, ... há lá duas coisas mais versáteis que estas? Gosto de juntar as duas.


De preparação como qualquer brás, azeite, cebola, alho e louro, no fundo de uma panela, para amolecer a cebola até ficar translúcida., retirar o louro, e adicionar a alheira de caça, esfarelada à mão, de forma a caçar ossinhos. Deixar envolver a alheira e a cebola, acrescentar batatas fritas tipo palha, envolver, e acabar com ovos batidos, com sal e pimenta.

Uma caminha de grelos salteados acompanhou o prato, que acompanhou um animado serão.

Alinea

Muitas vezes oiço "tu devias era abrir um restaurante". Sorrio, agradeço o elogio, e comprometo-me a enviar o primeiro video deste post ao interlucotor. E assim começa muitas vezes a tentativa de explicar por palavras o que conheço dos videos que se seguem...



Abençoado Blog, agora tenho uma referência para "continuação de conversa" :)

No Alinea pontifica um dos meus chefes preferidos, Grant Achatz, ... Se acho que vale uma viagem a Chicago? Acho. Nem que tenha de dormir num hostel em camaratas, para poupar para a viagem.

O primeiro vídeo que me chamou a atenção para este restaurante e este chefe foi o seguinte, trata-se de servir a sobremesa, "musse de chocolate", fumegante e partida sobre uma mesa onde estão já "os acepipes", servidos sobre uma toalha especial, à frente do freguês.


É espectacular ver as pingas a aquadradarem, ... :) como é espectacular a forma como o chefe se despede dos comensais, depois de explicar cada ingrediente do prato: "have fun".

E é precisamente disso que se trata no Alínea. "Fun". É um espectáculo, servido em 20 e tal "actos", acabando sempre com uma final desert daquele calibre, ou deste:


E esta ideia de espectáculo é também reiterada pelo tipo de reserva actualmente em vigor, ... não se reservam mesas no Alinea, no Alinea compram-se (com muuuuita antecedência) bilhetes, para uma mesa de x pessoas, com o valor de cerca de 250 USD/pessoa. O preço do bilhete não inclui impostos, grojeta, e... bebidas, ... ups.

Mas é um espectáculo! "Diversão" é a palavra de ordem. Impossível reconhecer o que raio é servido no primeiro olhar.

E, ... basicamente, alguém que se lembra de servir maçã verde com esta forma, merece toda a minha consideração e apreço! :)


E para quem ficou com água na boca, um pequenino programa com o Chef, e o making of da musse de chocolate que fumega, um boneco de neve de limão, e um prato servido sobre uma almofada com cheirinho a relva acabada de cortar, é ver este vídeo:



segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Entrada de Salmão

O título desta "receita" também podia ser "diz que é uma espécie de sashimi" já que o prazer que se retira é muito semelhante. É um encher de boca de salmão "cru", aquele sabor, aquela textura... :) aquela abundância de mar! :)


Forma de fazer, super simples, super rápido. Descongelar filetes de salmão, que é coisa para ter sempre em casa, partir em cubos grandes, um corte longitudinal, e os restantes de acordo com o objectivo de formar cubos. Deitar numa saladeira ou prato de sopa, e envolver com molho de soja e azeite virgem extra.

Ficaram assim por cerca de 20/30 minutos, tempo que foram remexidos e envolvidos amiúde:


Entretanto, pasta de wasabi, denso, para fazer pequeninas bolinhas, pedacinhos de salmão colocados no prato ou travessa de servir, um palito por unidade, uma bolinha de wasabi, e um pouquinho de ovas vermelhas, para realçar o sabor marítimo desta entrada. 


E por fim, o molho da marinada (que nao deve ser muito agitado para que não "emulsione" a mistura e fique sem graça na travessa) e cebolinho fresco, cortado na hora (de preferência directamente do vaso, passando naturalmente por água e enchugando bem).

O resultado final, para além do bom aspecto, acabou por dar início a um jantar só de entradas, na óptima companhia do amigo D., antes da sua partida para terras d'índios, daqueles do índico... :) 




domingo, 27 de janeiro de 2013

Tofu à bulhão pato com arroz negro de grelos

Jantar com amig@s, tofu para aproveitar, a mana diz "tenho lá aquele arroz preto podia levar"... giro! jantar a branco e preto! :)

Adoro misturar formas clássicas, como o "bulhão pato" com ingredientes diferentes dos tradicionais bivalves. O "bulhão pato" já me deu cor e sabor a um bacalhau desfiado, e tinha já experimentado também com tofu.


Neste jantar para oito, e depois de libertar a cozinha levando para a mesa uns ovos mexidos com alheira, fiz assim:

Para o arroz:
- 500g de arroz preto
- vinho branco
- um molho de grelos
- uma cebola roxa grande
- alhos
- água a ferver
- manteiga
- sal
- parmesão ralado

Para o tofu:
- 600g de tofu
- alhos
- salsa (sim, não havia coentros no quintal, ... )
- vinho branco
- sal
- pimenta
(ops, reparei agora a escrever que me faltou uma nozinha de mostarda, que adoro no bulhão pato)

Panela para o arroz com azeite, lume forte, alhos e cebola lá para dentro, até amaciar a cebola, arroz para dentro e deixar fritar um pouco. Às tantas pensei que usaria partes da técnica de risotto, e assim fiz, em cima da hora. Vinho branco na panela, deixar secar. Água a ferver (3/2 do volume do arroz, porque não sabia muito bem quanta água levaria, e acabei por ir acrescentando água a ferver).

Nota: os "pontos" do arroz e do tofu ficaram "um bocadinho" ao lado, ... no dia em que consiga fazer um risotto no ponto, servido com uma pequena depressão ao meio, onde encaixará um tofu cheiinho de molho bulhão pato, talvez refaça todo este post! :)


Pataniscas de alheira com arroz de grelos

Um daqueles jantas cuja comida dá para esticar, assim como a companhia. Acabamos por ser 5 à mesa.


Como adoro alheira e adoro variações na forma de a comer, lembrei-me de fazer este prato, uma estreia nos caminhos da patanisca, e um reencontro com a habitual alheira de caça. 

À falta de referências na arte da patanisca, fui cuscar ao "outras comidas", que uso mais do que o "cozinha tradicional portuguesa" da Maria de Lurdes Modesto, quer pelo contexto que é dado a cada receita quer pela facilidade de as encontrar à distância de um clique, usando-as sempre para inspiração, com toda a confiança. De lá saíram as referências para o polme.

Acabei por fazer assim:
2 alheiras de caça, picadas com uma faca, a cru, postas a cozer em água. Retiradas da água (uma rebentou, foi passada no escorredor...), a gordura que ficou ao cimo foi retirada e foi deixado um pouco da água de cozer as alheiras a arrefecer.

Para o polme, juntei sobre uma quantidade desconhecida de farinha, vamos admitir 300g de farinha branca de trigo e 100g de farinha integral, uma colher de chá de bicarbonato, 3 ovos, sal, pimenta e um pouco da água das alheiras. foi tudo misturado, com colher de pau, até atingir uma consistência que "deve ficar muito menos líquido que o para crepes, mas, ao deitar na frigideira deve escorrer francamente da colher, sem qualquer tipo de ajuda", como sugere o Luis do "outras comidas". Foi posta no frigorífico a repousar.

Entretanto, grelos a escaldar em água a ferver com sal, escorridos e reservados. 

Azeite no fundo de uma panela, uma cebola cortada lá para dentro, deixada a alourar, e de seguida o arroz, para fritar um pouco, e água a ferver. Foi tudo a olho, precisou de mais água a ferver no final da cozedura. Com o arroz quase no ponto, uma noz de manteiga, os grelos, tudo bem mexido e o fundo da panela foi refrigerado, só para parar de cozer o arroz, mas de forma a não permitir que o conteúdo arrefecesse. Aguardou pouco tempo pelas pataniscas.

A mistura do polme foi retirada do frigorífico, foi misturada com as alheiras e colocada numa frigideira, em pequenas porções, com óleo muito quente. Em menos de nada fritaram de um lado, foram viradas, fritaram do outro, foram retiradas, foi repetido o processo até acabar o preparado polme+alheira, e foram servidas, na mesa, sobre o arroz de grelos. 


O resultado gastronómico foi delicioso, bem como todas as conversas que o acompanharam! :)

Nota dietética (?!?! :) ) : o consumo deste prato foi precedido pela ingestão de "fibras activadas", que reduziram a assimilação de gorduras, sem reduzirem o prazer de comer :)




terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Jantar vegan, bifes de seitan com molho de pimentas

Grande amiga, F, de volta à cidade, mais de dez anos depois... Convite para jantar e pôr a conversa em dia. Pensei imediatamente em fazer "migas de chouriço", super mega rápido, e que dá para adiantar serviço um pouco antes do jantar, para dar tempo para a tão desejada conversa. Um segundo telefonema/mensagem dizia um telegráfico "ah! esqueci-me de dizer que não como carne nem derivados, a comida tem de ser vegan" ... ups! :)

Felizmente é raro faltar seitan ou tofu em casa,de maneira que rapidamente foi pensado e preparado este prato, que pela foto dificilmente seria tomado por vegan.


Batatas lavadas e postas a cozer com a casca, sal, alho esmagado e louro.

Seitan cortado em forma de pequenos bifes, a fritar em azeite e alho numa frigideira. Assim que ficou corado e crocante dos dois lados foi retirado o seitan, e colocado entre dois pratos, para manter a temperatura. Foi acrescentado algum vinho branco para "limpar" a frigideira, "natas de soja" e grãos inteiros de pimenta verde e de pimenta vermelha, e foi deixado a apurar em lume brando, a apurar e a ganhar a consistência desejada. Antes de servir foi rectificado o sal e pimenta preta moída.

Para empratar foi só colocar os "bifes" sobre o prato, regar com o molho. Acompanharam as batatas "abertas" (faço isto com um esmagador manual de batatas, que evita que me queime e permite fazê-lo devagarinho de forma a não esborrachar a batata), temperadas com azeite e sal preto, e umas folhas de alfaces variadas.

Serviu para acompanhar uma conversa de pôr em dia, somando os dois, quase 30 anos de vidas.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Talharim com molho de shitake e cogumelos do bosque

Jantar vegetariano, admitindo natas e queijo... Cogumelos secos, à espera de ocasião na dispensa... Talharim, perfeito para pratos de massa com molhinhos apetitosos, ... Conjugação perfeita! :) 


Umas horas antes do jantar, hidratar os cogumelos em água. Usei uns clássicos shitakes com uma mistura de cogumelos do bosque. Estes últimos hidratam mais rapidamente, espalhando o sabor mais rústico pelos restantes cogumelos.

Os shitake, depois de hidratados, foram cortados ao meio, e retirados os pés. 

A água de hidratar os cogumelos serviu para cozer a massa, acrescentando mais água a ferver, e sal.

Entretanto, grande sertã com azeite, ao lume até este fumegar (o objectivo era fritar os cogumelos, e não cozê-los). Cogumelos lá para dentro, a saltear com lume forte. Adicionei uns pedaços de trufa picadinha nesta fase. Mantendo o lume forte, algum sal e pimenta do moinho.

Para três pessoas, juntei dois pacotes de natas "leves" aos cogumelos e baixei um pouco o lume, para deixar espessar.

Para dar alguma cor e sabor, um pouco de "mistura de cereais tipo café mas sem cafeína", porque eram horas de jantar, e não se pretendia dar a despertina a ninguém. Envolver bem.

Antes de terminar, já com o lume brando, e com o molho muito próximo da consistência desejada, uma pitada de queijo ralado compôs o ramalhete. 

Rectificar sal e pimenta, e servir imediatamente, sobre o talharim espalhado no prato.

Conversar só depois de acabar de comer... :)




sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Ovos estrelados com Anchovas

A inspiração para este miniprato, entrada, ou prato principal (dependendo da hora do dia, da fome e da quantidade que se puser no prato) vem de Barcelona. Mais precisamente do "tasco" El Quim de la Boqueria.



É visita obrigatória quando se visita Barcelona. Para além dos ingredientes ultra frescos, de primeiríssima qualidade, que são diariamente comprados no Mercat de La Boqueria, a confecção dos pratos é perfeita, e as misturas "inusitadas" sempre super bem conseguidas. O El Quim de la Boqueria merecerá um post autónomo neste bolgue...

Entre estas misturas aparentemente estranhas, existem "ovos estrelados com..." guisado de lulas bebés, com camarão e cava, com caviar ou com foie gras caramelizado. Soube que apesar de estes dois últimos serem bestsellers na sua tasca, o prato que define o Joaquim é os ovos estrelados com guisado de lulas, prato acessível a qualquer bolsa e que delicia qualquer paladar, características conjuntas da comida que cresceu a comer.

Os meus ovinhos: fui a casa da S. e do T. pouco antes da passagem de ano e voltei com ovos da criação dos pais da S., entre um montão de outras coisas boas. Ovos daquele com a casca branquíssima, cada um com um tamanho diferente, e que seria criminoso não estrelar. Lembrei-me imediatamente do El Quim, e de uns ovos maravilhosos que lá comi há meses. O resto, havia cá por casa. E assim foi, com poucas variações, dois dias seguidos*...

Ingredientes: 
Ovos de qualidade
Pão de centeio
Azeite virgem extra (às vezes escrevo isto e pergunto-me "mas há mais algum tipo?")
Sal
Pimenta moída na hora
Lata ou frasco com anchovas

Estrelar os ovos no azeite, temperar os ovos na frigideira com sal e pimentas.
Partir o pão que servirá de base, dispor cuidadosamente "ao calhas" no prato.
Pôr os ovos já estrelados em cima desta base e dispor filetezinhos de anchovas em cima. 

O resultado final é maravilhoso. E se parecer esquesito, é provar! :) a sério! :)

Agora a escrever lembrei-me de coisas que não fiz nestas primeiras duas experiências mas que farei em experiências vindouras, ... me aguardem! :)

*Para estrelar os ovos, na segunda noite utilizei a gordura da lata de anchovas, o que fez com que não utilizasse azeite, e precisasse de menos sal.